Celebrou-se na sexta-feira, 07 de Abril, o Dia da Mulher Moçambicana, e para marcar esta ocasião, Universidade Católica de Moçambique, promoveu no passado dia 30 de Março, um debate subordinado ao tema “Potencializar a identidade da mulher na família, trabalho e na sociedade em geral”, um evento que decorreu esta na sala Magna da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Católica de Moçambique, cidade da Beira.

O Vice-Reitor para Área de Administração e Finanças, Professor Doutor Armindo Tambo, foi quem dirigiu a cerimónia de abertura do evento, em representação do Reitor da UCM, após a oração de abertura proferida pela Irmã Rafaela, religiosa Ursulina.

No seu discurso, Tambo, explicou que a Universidade Católica de Moçambique tem a emancipação da mulher como prioridade, acrescentando que as celebrações do dia da mulher moçambicana constituem uma oportunidade de reflexão sobre as acções em curso para a igualdade do género.

As painelistas, todas colaboradoras da UCM, nomeadamente a Professora Doutora Ana Júlia, Directora da Faculdade de Economia e Gestão, Mestre Maria Semedo, Assessora para área de saúde, HIV e Género, Dona Rebeca Gomes, representante do pessoal de apoio, a Irmã Margarida, religiosa Ursulina, Dra. Germita Rendição, psicóloga, estas partilharam suas experiências no que se refere a Identidade da Mulher e seus desafios, sob moderação da Dra. Cláudia Nanhecua e Dra. Mela Ferrão, com a apresentação do Mestre Armando Artur.

Durante sua intervenção, a Professora Ana Júlia, falou do seu percurso profissional e familiar, dentro destes deu a conhecer sobre os principais desafios que enfrentou durante a formação. Na conclusão da sua alocução, a Diretora da FEG apelou as mulheres a serem mais empáticas e solidárias entre si.

A Mestre Maria Semedo, também partilhou parte da sua história e durante a contextualização em torno do tema, destacou que para potencializar a mulher, é necessário que a mulher seja incluída no referido processo, o que requer a aceitação da mulher em aceitar desafios, contornar obstáculos tendo apoio das demais mulheres. Para Semedo, os desafios existentes na sociedade não são intransponíveis, acrescentando que as mulheres devem ser as primeiras a exigir a sua inclusão e participação, algo que deve ser feito alicerçado a competência.

A Assessora para área de saúde, HIV e género, continuou sua intervenção alertando que o processo da emancipação da mulher, também deve ser acompanhado pela emancipação do homem. Para concluir, a Mestre Maria Semedo, referiu que as mulheres devem conquistar o seu espaço com competência, conhecimento e humildade.

A partilha dos desafios por parte da Irmã Margarida, começou por explicar que como religiosa Ursulina, a sua missão é de servir o povo e não ser servida, evitando de todas as formas o assistencialismo que gera dependência, algo que segundo a Religiosa é uma forma de colonialismo.

A Ir. Margarida, depois de citar um bispo da sua terra, explicou que é necessário organizar a esperança, algo que é possível através de atitudes concretas de solidariedade e de justiça, pois o contrário, as mulheres poderão viver a margem algo proporcionado ou agravado pela economia do descarte. Continuando a sua partilha, a religiosa falou dos projetos levado a cabo pelas Irmãs Ursulinas, com o intuito de apoiar mulheres doentes, onde destacou o “Tabita”, um projeto para mulheres empreendedoras de pequenos negócios, com objetivo de capacitar as mulheres em gestão de negócios. Esta estratégia fez com que as mulheres saíssem da dependência social.

A autoestima e autoconfiança, são desafios e marcas de algumas mulheres, pois actualmente esta desempenha algumas tarefas que no passado frequentemente eram atribuídas aos homens.

Em representação do pessoal de Apoio da Faculdade de Ciências de Saúde, a Dona Rebeca Gomes, também partilhou sua emocionante história, desde os momentos altos e baixos, com destaque para sua conquista, a entrada na UCM em 2013 como funcionária. Atualmente a Dona Rebeca é responsável pelo sector de higiene e segurança no trabalho na FCS, algo que lhe levou a encorajar as demais mulheres a continuarem na luta para o alcance dos seus objetivos, para tal devem acreditar no seu potencial.

A última oradora do dia, foi a Dra. Germita Rendição, esta destacou que atualmente a mulher não é apenas cuidadora do lar, pois por vezes esta torna-se a pessoa que tem a obrigação de ser a provedora do lar. De acordo com Germita, o facto da mulher se tornar provedora do lar, cria um certo conflito relacionado com a expectativa do sentido da emancipação no seio das mulheres e a sociedade que impõe alguns desafios.

Segundo a psicóloga, a sociedade que impõe a conquistas e independências, é a mesma que critica nas situações em que se nota uma falta de atenção por parte das mulheres junto da família, e no seu entender, a ascensão da mulher nas instituições gera uma certa sobrecarga no seu dia a dia, facto que também impulsiona o aparecimento de problemas psicológicos, como depressão, sentimento de culpa, entre outros.

Para concluir a sua intervenção a Dra. Germita Rendição, partilhou alguns aspectos que ajudam a melhorar a situação de conflitos internos, que passam pela criação de planilhas para actividade, garantir maior comunicação com as pessoas que podem ajudar.

Após a intervenção das oradoras, plateia teve a oportunidade de dar o seu contributo, de onde falou primeiramente a Dra. Atija Pililão, esta desfiou as demais mulheres a apoiarem as demais, quando ascendem aos cargos de chefia na instituição. Fundamentando a sua contribuição na bíblia, a Dra. Daiate Gonçalves, referiu que a emancipação da mulher requer que a mesma mulher esteja ao lado de um homem, acrescentando que a presença do homem não é para este ser seu superior, mas para que ambos contribuam para uma sociedade melhor. Ainda de acordo com a Dra. Daiate, potencializar a mulher significa dar-lhe a possibilidade desta crescer com seus sonhos.

Ainda na plateia, foi apresentada uma das beneficiarias do projecto levado a cabo pelas Irmãs Ursulinas, esta que partilhou o seu percurso, incluindo o impacto do apoio das religiosas.

A mesa redonda organizada para marcar o mês da mulher moçambicana, contou com a presença do Presidente da Região um da UCM e dos demais membros de direção das três (03) unidades orgânicas, com a participação activa das mulheres da Região 1, o mesmo foi transmitido através das plataformas digitais.

Rogério Maduca – Assistente Técnico de Comunicação

Revisão: Paula Mugirima

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